quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Centro de Promoção e Valorização da Cestaria de Gonçalo: Vale a pena não desistir de ACREDITAR...

Proposta de projecto dada a conhecer em Gonçalo
Jovem arquitecta da Guarda apresenta “Museu do Vime”
Os habitantes de Gonçalo ficaram a conhecer, no fim-de-semana, uma proposta para o futuro museu da Vila. Uma jovem arquitecta da Guarda apresentou um projecto para o “Museu do Vime”, pensado para terrenos onde se ergue o Carvalho Grande.
O 13º aniversário da elevação de Gonçalo a vila ficou marcado pela apresentação pública da proposta de projecto do “Museu do Vime”, realizada por Cátia Marques Alexandre como Prova Final do Mestrado Integrado em Arquitectura. A apresentação integrou a sessão solene comemorativa do aniversário, que teve lugar, domingo, dia 22, no auditório do Edifício Cultural de Gonçalo.
A jovem arquitecta, natural da Guarda e formada na Universidade de Coimbra, propõe a instalação do Museu num terreno associado a um local de culto, no sítio do Carvalho Grande. Como explica Cátia Alexandre, a decisão de implantação do museu fundamentou-se na sua relação com o local de culto religioso dedicado a Nossa Senhora da Misericórdia e suas relações visuais com o Carvalho, a Vila e o “Jardim do Vime”.
Segundo o projecto, o edifício consiste numa base em betão à vista, que se insere no terreno e onde assentam dois volumes (em forma de Z e L) em estrutura treliçada metálica, revestida a malha de alumínio. A escolha deste revestimento “deve-se à sua analogia com o entrelaçado do vime”.
Os espaços do museu
O programa proposto para o “Museu do Vime” inclui zona de recepção, quatro salas de exposição permanente (sala de cestos, sala de cestaria “gigante” e em miniatura, de entre as quais se destaca a sala das cadeiras com um carácter pedagógico, mais direccionada às escolas), uma sala de exposições temporárias, uma oficina de cestaria (com cesteiros a trabalhar a tempo inteiro e que também servirá de sala para workshops), zona de vendas da produção do museu, zona de restauração para aproximadamente cem pessoas e, ainda, um “Jardim do Vime”, onde os visitantes poderão observar e usufruir de plantações de vime. Um espaço museológico especialmente destinado ao Turismo Cultural e às escolas.
A organização do “Jardim do Vime” relaciona-se directamente com a implantação do Museu e com os limites do terreno. A ser uma realidade, o mesmo consistirá em plantações cuidadas de vime, alternadas com pavimento em brita de pedra granítica. O restante terreno é subdividido em parcelas destinadas ao cultivo de vime para usufruto do Museu e da população local.
No projecto está ainda previsto estacionamento subterrâneo, que Cátia Alexandre justifica com vários motivos: para libertar zona de cultivo, para preservar a beleza natural do local e para facilitar as cargas e descargas inerentes a um projecto deste tipo.
Projecto estruturante
O presidente da Junta de Freguesia de Gonçalo, Pedro Pires, refere-se a esta proposta de projecto do Museu como “uma tentativa de concretizar uma ambição antiga, de virmos a ter um espaço, que nós sempre chamámos de Museu da Cestaria, mas que a sra. arquitecta nos propõe como Museu do Vime”. “É, para nós, um marco muito significativo, porque temos trabalhado de uma forma constante para que as obras vão aparecendo”, diz, acrescentando que se trata de “um projecto arrojado e estruturante para a vila de Gonçalo”.
O autarca anuncia que pretende avançar rapidamente com o projecto do Museu. Há ainda outra proposta da Universidade do Minho para analisar, mas Pedro Pires não esconde alguma inclinação para o projecto apresentado pela arquitecta da Guarda. “A Câmara da Guarda disponibilizou-se para fazer a análise técnica das duas propostas e depois veremos qual será, de facto, a mais viável, se bem que o executivo da Junta de Freguesia tem uma simpatia especial pelo projecto de Cátia Alexandre, que nos parece corresponder inteiramente ao pedido feito à sra. arquitecta”, refere Pedro Pires.
Segundo o presidente da Junta, importa agora encontrar mecanismos “que passem pelo envolvimento de investimento privado”. “Todos temos que nos unir para que possamos fazer parcerias que envolvam, inclusivamente, todas as colectividades e forças vivas da Vila, de modo a que possamos levar a bom porto uma candidatura que envolva Câmara Municipal, Junta de Freguesia, investimento privado e associações”, sublinha.
Presente na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Valente, referiu-se também à proposta de Cátia Alexandre, destacando que a mesma “associa a concepção e a criatividade em termos arquitectónicos, com uma forte componente de sensibilidade”. “Essa sensibilidade, o património e a memória de Gonçalo faz parte intrínseca deste estudo”, reforça. (...)
Por:
Fátima Monteiro, in “Jornal Nova Guarda” – Ed. 25.06.2008



Bispo da Guarda valorizou aposta da Junta de Freguesia



O presidente da Câmara, Joaquim Valente, também presente na sessão, reconheceu que o projecto do “Museu do Vime” assume importância para o futuro da vila de Gonçalo e sublinhou que a arquitecta elaborou o projecto com “sensibilidade”. “O património e a memória de Gonçalo fazem parte intrínseca deste estudo”, observou Joaquim Valente.“Vejo aqui a alma de um povo assumir dimensão de futuro”, disse, por sua vez, o Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício, também presente na cerimónia. “Temos aqui um importante contributo para dar uma nova dimensão a esta terra”, disse o prelado Diocesano em relação ao projecto da autoria da jovem arquitecta da Guarda, que elaborou o estudo, respondendo ao repto lançado pela Junta de Freguesia.Na sua intervenção, D. Manuel da Rocha Felício também se mostrou preocupado com a actual crise que afecta o País e, em particular, as terras do Interior. Defendeu o trabalho “em rede e em colaboração” entre as várias instituições para ultrapassar os problemas do momento e disse que Gonçalo “está num lugar estratégico para ser um local de rede” em matérias como a cultura e a educação.“É em rede que temos que fazer pressão sobre os centros de decisão, para olharem para os nossos problemas, para nos ajudarem”, defendeu o Bispo da Guarda.
In Jornal "A Guarda", Ed. 26.06.2008

Sem comentários:

Enviar um comentário